23.8.10

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POLO: cada coisa que vejo e faço toma sentido num espaço da mente onde reina a mesma calma daqui, a mesma penumbra, o mesmo silêncio percorrido pelo estalar das folhas. No momento em que me concentro a reflectir, dou comigo sempre neste jardim, a esta hora da tarde.
Talvez este jardim só exista à sombra das nossas pálpebras cerradas, e nunca tenhamos deixado as nossas guerras. Talvez do mundo só tenha restado um terreno vazio coberto de imundices, e o jardim suspenso do palácio. São as nossas pálpebras que os separam, mas não se sabe qual está dentro e qual está fora.

-Italo Calvino

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